sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ser

O filho que não fiz
hoje seria homem.
Ele corre na brisa,
sem carne, sem nome.

As vezes o encontro
num encontro de nuvem.
Apoia em meu ombro
seu ombro nenhum.

Interrogo meu filho,
objeto de ar:
em que gruta ou concha
quedas abstrato?

Lá onde eu jazia,
responde-me o hálito,
não me percebeste,
contudo chamava-te
como ainda te chamo
(além do amor)
onde nada, tudo
aspira a criar-se.









(C.D.A)

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